sábado, 12 de novembro de 2016

América: retirar a lição dos acontecimentos e aproveitar a parte positiva da nova realidade





Uma das vantagens que a maturidade nos dá é a capacidade de adaptação aos desafios que a vida nos apresenta: retirar a lição a partir dos acontecimentos e aproveitar a parte positiva da nova realidade.

É exactamente o que Bernie Sanders faz aqui: manter a atenção concentrada nos assuntos essenciais: as expectativas legítimas da classe média, da classe trabalhadora; dirigir a revolta para quem causou a sua situação actual e não para as outras minorias desfavorecidas; mudar os enormes desequilíbrios económicos e sociais entre o 1% e os 99%; unir as comunidades e trabalhar em conjunto.

Bernie era o candidato de muitos jovens que ficaram sem um verdadeiro representante quando a escolha recaiu em Hillary. É muito interessante a sua mensagem aos jovens: dediquem-se a estas questões, participem, vamos todos contribuir para melhorar a vida de tantos americanos que caíram na pobreza.

Na realidade, começamos a perceber desde a noite do dia 9, que os que foram esquecidos e maltratados desde os anos 80 - e sobretudo depois da crise financeira de 2008 -, os que tinham grandes expectativas em relação a Obama e à mudança e ao "yes, we can", não dariam o seu voto a Hillary, ao rosto da continuidade.

A minha primeira curiosidade foi ver a expressão de Obama a receber Trump na Casa Branca. Não me decepcionou desta vez. A sua incrível verve, o seu estilo cool, o seu humor de entertainer, eclipsou-se. Pela primeira vez gaguejou algumas sílabas a informar os jornalistas sobre os assuntos já abordados e de como se disponibiliza para facilitar a transição. Trump é que foi uma surpresa: educado, respeitador e respeitável, a agradecer o que aprendeu nesta primeira conversa.




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