segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A verdadeira dimensão da política

Por esta altura, caros Viajantes, já perceberam que a política é a área que mais me inspira. É que a política é muito mais do que a politiquice que nos rodeia.

Qual é a verdadeira dimensão da política? E o que é a verdadeira política?

A política é a gestão do colectivo e tudo o que a envolve, desde uma pequena comunidade, uma cidade, uma freguesia, até ao país, à Europa comunitária.
A política implica decisões que têm consequências no colectivo, na vida das pessoas e no seu futuro. 
As decisões são, pois, fundamentais e de grande responsabilidade. Seguem prioridades, que, por sua vez, seguem valores, uma ideia de comunidade, de organização social ideal, e implicam escolhas.

A nossa politiquice, seja a nível do país seja a nível da Europa comunitária, optou pela gestão financeira, colocar a economia a pedalar para a finança, e desequilibraram a organização social, a vida das pessoas e o seu futuro.
Agora vêm-nos falar de reequilíbrio social: reduzir as desigualdades sociais. Alguém acredita?
É que não é assim que se fazem as cousas. Ah, precisamos de um Gil Vicente para desfazer a nossa politiquice...

Quando ouvirem as propostas da coligação, à dimensão da politiquice e não da verdadeira política, reparem no formato do marketing (é uma lição sobre marketing), no seu colorido, no refrão (que se decora facilmente). Essa é a única mensagem válida: não é com vinagre que se apanham moscas.
Imaginem estas personagens que vão falar à universidade de Verão, a ensaiar ao espelho lá em casa, palavra por palavra, expressão facial, sorriso confiante, gestos convincentes. Reparem que são apenas personagens de uma série de televisão, cozinhada e enlatada previamente. E como as suas frases até têm deixas para a reacção do público (aqui é para rir, por exemplo).    

Quando se coloca a economia a pedalar para a finança, portanto, dependente da finança, está a fazer-se uma escolha de organização social e a arriscar as vidas das pessoas e o seu futuro num modelo em tudo instável e perigoso. Porque serão sempre as pessoas a pagar a factura no fim da linha.

Precisamos de uma nova cultura política, de uma nova gestão do colectivo, de novos modelos que procurem, desde o início, o equilíbrio. 
O equilíbrio está na génese do modelo, não é qualquer coisa que agora vamos fazer, umas medidas avulsas para enganar papalvos.

Precisamos igualmente de inventar uma nova economia, que não dependa da lógica selvagem, instável, desequilibrada da finança.







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