quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

União bancária, o controle total dos cidadãos europeus

Cá está a tecla da solução, martelada pelo governo: a união bancária vai resolver as actuais dificuldades de alguns países europeus, incluindo o português.
Estas instituições e estas iniciativas já mostraram o seu verdadeiro rosto metálico e frio. Por isso, quando os gestores políticos nos mentem descaradamente já percebemos que eles já são irrelevantes, o próprio parlamento é irrelevante, quem manda são essas entidades estranhas a tudo o que é humano e vital.
A história irá dar-lhes um lugar e uma classificação, pois só se justificaria esta atitude de cumplicidade se lhes tivessem aplicado um chip sub-cutâneo que os tivesse programado para debitar a grande mentira e participar na grande ilusão.
Repito: por cá, os gestores políticos de governos sucessivos foram bons alunos de Bruxelas sabendo quais as consequências da sua gestão incompetente e irresponsável.

Como já aqui referi, ninguém na UE assume o próprio falhanço do "sonho europeu". Ninguém se responsabiliza pela situação precária de milhões de europeus, de países sacrificados, regiões sacrificadas, gerações sacrificadas.
Mas a austeridade que nos surge como um grande falhanço começa agora, com esta insistência na união bancária que vai salvar os países e "segurar" o futuro, a ser perspectivada como uma estratégia político-financeira.

Pensem comigo: de que outra forma os cidadãos europeus aceitariam sequer esta ideia totalitária? Já imaginaram o poder de controle que estas personagens e grupos não identificados nem identificáveis vão ter sobre as vidas de milhões de cidadãos? As vidas concretas, de pessoas concretas, que eles ignoraram completamente?
Personagens e grupos que assistiram indiferentes a pessoas a perder o seu trabalho, as suas casas, os novos sem-abrigo, os novos excluídos, os jovens sem futuro, a fome a generalizar-se?
Personagens e grupos não identificados nem identificáveis que enriqueceram, de forma selvagem e escandalosa, sobre essa destruição sistemática de vidas concretas?
Para que os cidadãos europeus aceitassem entregar as suas vidas e o seu futuro e das suas famílias foi preciso explorá-los, depois assustá-los, para agora lhes prometerem um "seguro de vida", a maravilhosa união bancária, a solução fantástica.

Interessante George Orwell ter previsto este cenário no seu 1984, continentes a funcionar como grandes blocos geo-políticos a lutar entre si, prevendo o caminho da massificação, e não da diversificação como naturalmente esperaríamos se a democracia entrasse na fórmula da organização futura.
Massificação e alienação, o poder e o controle completamente centralizado e desconhecido, é esse o segredo destas iniciativas.

Troika, eurogrupo, BCE, FMI, gabinetes inacessíveis onde se decide tudo o que diz respeito às populações dos países europeus, mas a que os próprios interessados, os cidadãos, não têm lugar.
Mas já andam a preparar as próximas eleições europeias, como se de uma democracia se tratasse. O marketing político já começou a teclar, mas não convence. Os cidadãos europeus já perceberam que estão fora das decisões sobre a sua própria vida e futuro. Os cidadãos europeus só contam como contribuintes e para dar o sangue e os ossos para pagar o negócio da dívida.

Interessante coincidência, ontem revi o filme The International, com o Clive Owen, um investigador determinado que descobre graves irregularidades num grande banco. A lógica do funcionamento destas instituições foi muito bem desmontada no filme:




Dá que pensar, não dá? Que estratégias poderão escolher hoje os cidadãos para se defender desta grande armadilha que lhes estão a preparar na Europa?
Que mecanismos democráticos ainda existem, no seu país e/ou nas organizações europeias em que possam confiar?
Para já, unir-se na sua comunidade e noutras comunidades, partilhar informação, criar estratégias adequadas e eficazes, apoiar-se mutuamente:





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